segunda-feira, 23 de outubro de 2017

DE CARRO PARA INHOTIM

UM PARAÍSO EM MINAS GERAIS - SEX, 21/10/17



Ainda antes de partir de Brasília, algumas pessoas já me diziam que, uma vez em Belo Horizonte, eu devia ir a Inhotim! Confesso que eu sequer pesquisei sobre o lugar antes de empreender a viagem mas as recomendações eram tão enfáticas que, talvez, tenham feito meu subconsciente considerar desnecessário antever qualquer coisa! Inhotim devia mesmo ser magnífico... e acabaria confirmando isso!


Partimos, Anna e eu, em uma ensolarada manhã de Sexta-Feira de folga dela! Saímos de BH rumo à cidade de Brumadinho pela MG-040, margeando o rio Paraopeba e constantemente encontrando ferrovias pelo caminho. A região tem um dos polos de mineração da Vale que, junto ao turismo de Inhotim, parecem ser os sustentáculos econômicos do município. Chegamos um pouco tarde, por volta de meio-dia! O amplo estacionamento já dava uma ideia das proporções do lugar.







Inhotim é um enorme parque-museu a céu aberto expondo arte contemporânea tanto nas paisagens e jardins quanto em edifícios-galeria. Começa por uma bela alameda de palmeiras que conduz à portaria onde, em um saguão de acesso ao parque, fazemos o check-in em balcões de atendimento; paguei 22,00 a meia e Aninha 44,00 a inteira! Pode-se contratar a utilização de carrinhos de golfe elétricos com condutores para fazer os trajetos do parque, que são bastante extensos! Todas as informações e sinalizações são bilingues, evidenciando o potencial e preparo do lugar para turismo internacional.
Logo após a portaria há uma loja de souvenires e um requintado Café e, então, a partida para os três circuitos de passeio existentes no parque. Seguindo o mapa, começamos pelo caminho amarelo e logo de cara, fomos brindados à esquerda pela linda cena de um lago artificial com uma península e uma ponte arcada, cercado por jardins; de fundo, uma exuberante miscelânea de mata tropical e mata atlântica! 







Uma nova alameda de palmeiras segue à frente e por ela veio ao nosso encontro um colorido trio de Fuscas. 







Resolvemos fazer o circuito laranja e, conforme vamos adentrando o parque, sucedem-se diferentes espaços ajardinados com diferentes propostas paisagísticas nos quais ficam expostas esculturas de variados tamanhos, materiais e estilos. Também há muitos edifícios de vários tamanhos e formas que são as galerias de arte indoor e, às vezes, o próprio edifício é a obra de arte em si! Dos troncos de árvores caídos na mata fizeram enormes bancos verdadeiramente esculturais para os visitantes sentarem-se; alguns são mais participes de fotos do que usados para descanso! Da mesma forma, de madeira reciclada da mata fizeram mesas, banquinhos, corrimões e degraus. Uma infinidade de plantas de todos os tipos combinam-se nos ambientes paradisíacos; os gramados verdinhos bem cuidados, os espelhos d´água cheios de peixes e plantas aquáticas, fundeados pela mata preservada, salpicados por cores de flores e espécies de árvores plantadas que eu nunca havia visto! Em dado momento, encontramos uma árvore de folhas totalmente avermelhadas, lembrando o bordo canadense (mas não era). A isso soma-se a onipresença de saguis, passarinhos de inúmeras espécies, algumas organizando-se em grupos muito numerosos esparramados pelos gramados, alheios aos visitantes. Garças branquíssimas, ariscas borboletas de um azul metálico cintilante (que a Anna tentou muito fotografar)... até as lagartas eram bonitas; vi uma cujas cores mudavam dependendo do ângulo da luz! Passamos por um vandário onde as orquídeas são expostas penduradas em um pergolado, com suas raízes desenvolvendo-se para baixo em pleno ar, expostas! 






Muitas das obras ao ar livre são peças interativas, como este enorme tubo de inox semelhante a um telescópio, todo espelhado por dentro e que, ao girarmos em sua base, causa em seu interior um efeito de caleidoscópio com a paisagem captada à frente! Foi sabidamente disposto em uma elevação de forma a capturar as montanhas!











Quando bateu a fome, procuramos e encontramos um dos vários pontos para lanchar dentro do parque: uma hamburgueria artesanal que faz os hambúrgueres na hora! Pedimos sanduíches com hambúrgueres vegetarianos feitos a base de grão-de-bico, surpreendentemente saborosos e saciantes! Prosseguimos pelas alamedas procurando as atrações mapeadas: ora uma obra de arte em meio aos jardins ou exemplares de fauna, ora as galerias com suas temáticas específicas. Vimos o "jardim dos sentidos" onde há uma coleção de ervas e especiarias, e também um conjunto de jardins que simulam diferentes  biomas, como o deserto (e ali estava a maior variedade de cacti e suculentas que já vi)! A idealização do lugar é surreal, com edifícios majestosos sendo acessados por trilhas de terra no meio da mata, como as que normalmente conduzem a cachoeiras. Você vai andando pensando que vai surgir uma cabana ou um riacho e, de repente, isolado no meio da mata, aparece um edifício de uma das galerias, enorme e de arquitetura moderna, de concreto, vidro e madeira! Não há na mata qualquer vestígio, além da apertada trilha de acesso, do caminho por onde chegaram os materiais e máquinas para construir aquilo! É como se Niemeyer tivesse transplantado alguma criação dele para ali de helicóptero! Esgotando-se o horário de permanência no parque, terminamos apenas o circuito laranja, faltando conhecer ainda a outra metade (o circuito rosa). Entramos na última galeria e haviam somente caixas de som em grupos de cinco! De repente, delas saiu a gravação de um belíssimo canto coral cujos diferentes tipos de vozes estavam separados para cada grupo de caixas; no meio do salão, podíamos perceber das diferentes direções de onde vinha cada grupo de vozes.


Com todos os visitantes confluindo de volta à entrada do parque, a loja de souvenires e o Café ficaram lotados! Ainda assim, tomamos um cafezinho cercados pelos jardins exuberantes à luz do ocaso, o ar inundado dos aromas de cafés e flores! Saímos cansados de muita caminhada com muitas subidas (o parque fica em meio a montanhas), mas certos de que valeu muito a pena e de que precisamos voltar para conhecer o restante!

Fizemos a estrada de volta com tranquilidade até entrar em Belo Horizonte onde o trânsito estava lento de muita gente voltando para casa! Como o Charles havia ido para um casamento, fiquei em um Hostel pela primeira vez na viagem, à beira da lagoa da Pampulha, pois Anna considerou que o clima na casa onde estava morando com o amigo não estava dos melhores!

Inhotim revelou-se-me o maior achado turístico mineiro! Junto a Ouro Preto e às grutas, cavernas e cachoeiras que não visitei em Paracatu e em Sete Lagoas, é lugar que me levará, algum dia, de volta aos caminhos de Minas Gerais!



























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