domingo, 5 de novembro de 2017

IDA E VOLTA A CASTELHANOS

ESCALADAS NO PARAÍSO - SEX, 03/11/17 E SÁB, 04/11/17

47,7Km rodados
Strava: https://www.strava.com/activities/1261390652

https://www.strava.com/activities/1261390618






Ilhabela é uma ilha bem grande com cerca de 25km de comprimento, massiva em seus picos que passam de 1300 metros de altitude e toda a área urbana está no lado voltado para o continente. No lado oceânico, as praias são todas desertas ou semi-desertas tendo, quando habitadas, apenas pequenas comunidades caiçaras que vivem da pesca e do turismo. Muitas praias são acessadas apenas por barcos e outras, por trilhas a pé no meio da mata atlântica intocada. No centro do lado oceânico fica a principal praia, Castelhanos.
Taiguara recebeu na casa um casal ao qual alugou o quarto via AirBnB para todo o final de semana e eu passei a segunda noite no quarto dele, tendo preparado uma segunda cama! Sugeriu-me então ir conhecer Castelhanos, uma das principais atrações da ilha (se não for a principal) e logo gostei da ideia! Uma rápida pesquisa revelou-me o que viria pela frente: a trilha de 20Km subia por cima da dorsal montanhosa que corta a ilha de norte a sul, elevando-se 700 metros acima do nível do mar na metade do caminho! Seria a maior escalada de bike que eu já teria feito na vida!
Preparei a "namoradinha" com uma limpeza e óleo na corrente e, para deixar mais leve, decidi não levar alforge, prendendo diretamente ao bagageiro a barraca, saco de dormir e uma mochila. Como a escalada era por demais exigente, eu teria de pernoitar em Castelhanos. De início eu pretendia sair após o almoço mas segui as recomendações do Taiguara de não tardar, pois a trilha é controlada (Ilhabela é um Parque Estadual) e tem o acesso para ida fechado por volta das 14:00. Saí da casa perto do meio-dia passando por um mercado na cidade para abastecer-me de lanches e garrafas de água; apenas o bastante afim de evitar peso desnecessário! Em seguida, fiz um saque em caixa eletrônico pois em Castelhanos não há internet e nenhum tipo de telefonia, então todo pagamento precisa ser feito em dinheiro!
Seguindo o GPS no celular, logo encontrei o começo da trilha que, de asfalto, passa a calçamento de pedras e, depois, ao chão batido! Cheguei à guarita de controle da trilha quase no limite, perto das 14:00; um guarda municipal tomou-me alguns dados e pronto... agora éramos apenas eu, "namoradinha" e a montanha! A mata atlântica, sempre volumosa e exuberante, fecha-se por cima da trilha em quase toda a sua totalidade, ensombreando-a e tornando a subida mais agradável. Por todos os lados, abundam as samambaias (que Taiguara exortou-me a apreciar), flores, cipós e altas árvores de troncos retos cobertos de musgo. Uma espécie de borboleta de um azul metálico tornaria-se recorrente dali pra frente, grandes e ariscas.
A trilha é usualmente utilizada por jipeiros e outros veículos 4x4, os únicos que conseguem encarar o terreno acidentado de grande inclinação e muitas pedras soltas. Como eu comecei a subida quase no limite do horário, a ida foi bastante tranquila com uns poucos jipes surgindo por trás e logo cessaram de aparecer... o guarda fechara o acesso lá atrás!. O silêncio da mata só era rompido pelo "som crocante" das rodas da bike no cascalho solto e os barulhos dos mais variados bichos. Durante a primeira meia hora a estrada apresentou-se até em boas condições e, então, começaram a surgir alguns trechos ruins com o chão danificado pelas correntezas das chuvas ou com a presença de atoleiros. Com cerca de um terço do caminho feito, encontrei um casal fazendo a subida também de bike: eram o Wilians e a Patrícia, vindos da cidade de Jacareí/SP. Passamos a fazer a subida os três juntos; eles não levavam materiais para pernoitar em Castelhanos, estando programados para voltarem naquele mesmo dia e, para isso, sugeri que contassem com os jipeiros!
A trilha ficou cada vez mais difícil conforme aumentava a altitude com muitos trechos bastante destruídos pelas enxurradas; nesses trechos só era possível subir empurrando as bikes, tanto devido à muito ingreme inclinação quanto ao chão traiçoeiro de muito cascalho e grandes pedras soltas que rolavam fácil morro abaixo. Wilians e Patrícia, mais de uma vez, temeram seguir adiante devido ao tempo que levaríamos para chegar em Castelhanos e, no caso deles, o tempo para encontrar e combinar lá a volta com um jipeiro; Patrícia particularmente sentia mais o desafio físico da aventura! 


Em certo momento, surgiu uma cascata de água cristalina às margens da trilha onde o chão bem pisoteado denunciava ser um ponto de parada para abastecer garrafas d´água. Estava muito fresca e aproveitamos para molharmo-nos um pouco também pois, apesar de não pegarmos sol durante a trilha, o dia estava abafado! No decorrer do caminho, placas indicam pontos de descanso em recuos feitos às margens da trilha, pensados justamente para pedestres e ciclistas! 
Após quase duas horas do início da subida, uma placa indicou o topo da trilha. Estávamos 703 metros acima do nível do mar! Dali pra frente seria quase que somente descida mas não seria fácil: alguns ciclistas retornando nos avisaram que o caminho estava em pior estado do outro lado! Após uma tomada de fôlego, começamos a descida logo encontrando trechos realmente perigosos que descemos com a devida cautela. Temi que as sapatas de freio da "namoradinha" não aguentassem tamanho desgaste pois seriam 10Km freando direto, a bike carregada com meu peso somando totalizando quase 100kg... e os freios ainda teriam que estar em condições de uso para a volta, já que eu não levei sapatas de reserva!
 Em alguns trechos da descida novamente precisamos desmontar das bikes para fazê-los a pé devido ao cascalho solto e aos buracos. Pouco adiante do ponto culminante da trilha, encontramos um mirante construído em um deck de madeira, diretamente voltado para a praia de Castelhanos. Paramos para uma rápida apreciação da vista e eu fiz o vídeo que se segue:



O trânsito em sentido contrário, que durante a nossa subida fora muito ocasional, começou a aumentar: os jipeiros já haviam começado a deixar Castelhanos onde há o horário-limite das 17:00 para todos deixarem a praia, afim de chegarem à guarita da trilha antes do anoitecer. Depois desse horário é preciso ficar em Castelhanos, providenciando camping ou aluguel de casa de praia! Com o aumento do número de jipes retornando, aumentou a pressão para chegarmos logo à praia pois Wilians e Patrícia não estavam preparados para pernoitar, inclusive tendo deixado os filhos na hospedagem na cidade! Nos trechos bons descíamos o quão rápido fosse possível mas com o progresso sempre interrompido pelo aparecimento dos trechos ruins e com recuos para deixar passarem os jipes em subida, brigando sacolejantes com a montanha, pesados com 10 a 12 passageiros atrás. Em dado momento a descida fez-se sentir em meus braços com a pressão exercida pelo peso corpo e os sacolejos da bike no terreno acidentado. 
Ao fim de três horas de trilha, finalmente chegamos em seu final em terreno plano e encontrando o estacionamento dos jipes no meio da mata. Certamente haviam mais de cinquenta jipes estacionados ali e devia haver uns 100 no pico do dia! Passamos por uma ponte sobre um rio raso e seguimos por uma trilha onde o barro já ia dando lugar à areia e havia um grande fluxo de pessoas em sentido contrário, já deixando a praia rumo aos jipes. Passamos por uma vendinha de artesanato local e então, o deslumbre: à luz do sol, o oceano surgiu num forte e puro azul-marinho à nossa frente com a praia de areia branca e fina! As ondas quebravam fortemente na areia na porção central onde se chega à praia, toda sinalizada com bandeirolas vermelhas, indicando perigo para o banho! Castelhanos estendia-se por pelo menos 1 quilômetro para a esquerda e pouco menos à direita, seu formato de ferradura fechado por trás pela mata das montanhas que subidos e descemos. Estava repleta de turistas na faixa de areia e nos vários quiosques de onde vinham cheiros apetitosos! Alguns dos quiosques são pequenos e outros muito grandes, com estrutura completa de restaurante, erigidos com materiais rústicos, cobertos de palha em sua maioria! Ali separei-me do Wilians e da Patrícia que foram procurar algo para comer antes de resolver a volta de jipe e eu fui procurar a Helena, amiga do Taiguara que eu fiquei de encontrar em Castelhanos e também o camping que me fora indicado. 
Passei por uma pequena igrejinha, algumas casas de praia para aluguel e logo achei o Camping do Leo, com estrutura simples mas bastante: sanitários separados por sexo, chuveiros quentes (estranhamente dispostos somente no lado feminino mas homens também usam, claro), pias e uma ducha de água fria canalizada de riacho. O proprietário também montou várias coberturas de lona armada com bambus com o chão de areia também forrado por outras lonas onde armam-se as barracas. Pra quem vai desprevenido, há a opção de alugar barraca! Haviam em torno de dez barracas armadas além de duas caminhonetes grandes e até um motorhome! Tratei de descarregar tudo e rapidamente armei a barraca, guardando dentro, inclusive, a bike! Saí então a explorar a praia, que já ia ficando deserta, com quase toda aquela massa de turistas tendo partido nos jipes. Encontrei Helena no quiosque onde ela passara aquele dia trabalhando e passaria também os seguintes, fazendo um "freela". Fomos para a ponta da praia onde ficam as casas dos caiçaras e lá encontramos uma pastelaria caseira onde "jantamos". Helena voltou comigo para o camping onde eu estava e fiz-lhe acesso a um banho quente (se me lembro, no camping onde ela estava o banho era frio). Quando começou a escurecer, sentamos ali na areia conversando sobre vidas amorosas, as várias que cada um de nós já teve; uma lua cheia começou a subir do mar, refletindo-se magicamente nas águas e alcançando as nuvens esfiapadas.



Helena quis permanecer um pouco mais e  deixei-a com aquele luar indecente... por um ou dois momentos quis chamá-la para partilharmos a dois não só o luar mas toda a noite com todas as possibilidades mas a aura do lugar me distraiu mais fortemente do homem e me trouxe o divagante que sou de vez em quando. Caminhei descalço quase toda a praia , iluminada apenas pelo luar, deixando que o mar me tocasse de leve os pés, pensando em coisas próximas e distantes tanto fisicamente quanto cronologicamente. Apreciei sozinho os coaxares dos sapos na mata tecendo suas prosas ininteligíveis e encontrei um resto de fogueira na areia, ainda fumegante, que reavivei com uns gravetos. O fraco calor cortou um pouco da fria aragem e eu observava as luzes oscilantes de duas embarcações no mar... provavelmente lanchas ou iates de turistas abastados! Quando voltei, menos divagante e mais imediatamente "carnal', Helena já não estava... uma pena!

Acordei pouco antes das 7:00 e vi o tempo enevoado. O vento estava bastante frio mas logo começou a melhorar com o sol forçando passagem pelas nuvens pouco a pouco. No mar muitos barcos dos caiçaras em sua pesca matinal, a maioria canoas simples de madeira a remo e outros motorizados. Ali os caiçaras vivem da pesca, dos quiosques na praia e como guias turísticos. Em certo ponto da praia, três puxavam juntos uma longa corda trazendo do mar uma enorme tarrafa. A praia, ainda deserta, ia ganhando movimento muito preguiçosamente com os quiosques abrindo aos poucos e dispondo suas mesas e cadeiras. Era Sábado e uma multidão de turistas logo chegaria! O sol finalmente rompeu a névoa e começou a aquecer o dia; resolvi desbravar as trilhas da região!
Blusa e short de pedalar com proteção UV, protetor solar, lanches e água numa bolsa de costas... parti para o lado sul da praia onde, a partir das casas dos caiçaras, uma trilha conduz a outras praias. Atravessei um arroio e entrei na trilha, subindo um morro de onde, do alto, pude ver toda a praia de Castelhanos; é o Mirante do Coração! As trilhas são pequenas e pouco demarcadas mas descobri, depois, que fiz as menos movimentas pois, adentrando mais a mata, encontrei uma trilha principal de chão nu com largura para passarem carros! Seguindo por ela, cheguei a uma pequena comunidade caiçara onde há ate mesmo uma igreja protestante! Á beira da pequenina praia mansa há um galpão comunitário com alguns maquinários dentro, instalado pela prefeitura, e me surpreendeu positivamente ver que o poder público, ao menos em Ilhabela, chega até estas comunidades isoladas! Cerca de vinte minutos depois, cheguei à praia vermelha! Há ali uma propriedade grande à beira da praia com um gramado impecável e uma bela casa, totalmente contrastante com as simples e rústicas casas dos caiçaras ali perto. A praia é de tombo (descida muito inclinada da faixa de areia para a água) com forte quebra de ondas no centro. Vi na areia grandes pegadas de algum cão e logo ele apareceu: enorme, talvez pesando tanto quanto eu, surgiu meio ameaçador junto de outros dois menores, desses bem chatos e encrenqueiros mas, por sorte, era na verdade o mais dócil dos três, logo permitindo e exigindo afagos. Uns três pescadores limpavam suas tarrafas ali perto, indiferentes à minha presença. Tive vontade de entrar no mar, inclusive por estar esta praia totalmente deserta mas a curiosidade foi maior. Atravessei-a inteira, transpus um pequeno arroio e encontrei a trilha seguinte!
As trilhas iam ficando menores e a mata mais cerrada, com o terreno tornando-se também mais desafiador. Como recompensa, a flora também ficou mais bonita com uma profusão de flores. Encontrei grandes bananeiras, algumas carregadas, e um plantação de mandiocas. A trilha passou a ser muito difícil de fazer tornando-se mero rastro no meio da mata densa e úmida e concluí que eu tomara a trilha errada num bívio... resolvi voltar, desistindo de chegar à praia da Figueira. Passando novamente pela comunidade na praia mansa, só então notei a curiosa placa de aviso criada pelos moradores locais que, apesar de constituir um aviso sério de uma auto-proteção necessária, não deixou de ser engraçada!
Vista da trilha rumo à praia Vermelha
No caminho fui recolhendo todo o lixo que eu havia visto largado pela trilha durante toda a ida. Parte deste lixo estava em locais de acesso mais difícil que a maioria dos turistas não encarariam, o que me fez considerar que, infelizmente, pode ser um descuido dos próprios caiçaras, íntimos daqueles caminhos. Esta trilha maior chega à praia por trás das casas dos caiçaras! 




Descartei duas sacolas cheias de lixo na caçamba em frente às casas, onde é feita a coleta, e pisei novamente em Castelhanos! Atravessei a pé uma parte rasa de mar até alcançar uma ilha que, de tão próxima, na maré baixa fica acessível a pés secos. Passei ali algum tempo em contemplação às ondas quebrando nos rochedos.
A praia já estava enchendo de visitantes, muitos claramente estrangeiros. O relógio ia pelas 11:00! Passei no camping para descansar um pouco e comer algo e logo saí para empreender a caminhada rumo ao extremo norte de Castelhanos, onde o Google Maps me indicava a existência da cachoeira do gato. Atravessei toda a praia, já bastante movimentada, os quiosques com as mesas totalmente ocupadas e vi Helena, num deslumbre rápido, pra lá e pra cá atendendo aos clientes! Perto do fim da faixa de areia encontrei o arroio onde Taiguara me sugeriu deitar dentro da água apreciando o mar; onde termina a areia há mais um quiosque e o começo da trilha para a cachoeira! Esperei que um grupo guiado à frente se afastasse  um pouco pra que eu pudesse fazer a trilha ouvindo apenas a mata e entrei. Trilha fácil de 1,5 quilômetro, tem no meio do caminho uma ponte de tábuas e cordas sobre um riacho. 


Em uns dez minutos cheguei à cachoeira do gato, uma queda d´água não muito volumosa mas bastante visual escorregando por um enorme rochedo liso e bojudo. O poço abaixo é pequeno mas oferece uma ótima hidromassagem natural. A água corre então por cima de um enorme rochedo lajeado para despencar novamente, perdendo-se na mata. Haviam apenas meia dúzia de pessoas quando cheguei e havia tranquilidade; desfrutei do banho revigorante e fiquei perto de 1 hora no lugar. Grupos guiados por caiçaras iam chegando um depois do outro, permanecendo pouco tempo (provavelmente devido ao tamanho reduzido do poço pra banho), de forma que o lugar não virava uma farofa horrenda!





De volta à praia, entrei no mar pela última vez em toda a viagem, a meio caminho entre o fim da praia e o meio, que é perigoso para banho. Furei ondas até chegar em um ponto bom para banho e me despedi mentalmente desta sensação impossível de viver em Brasília! O relógio marcava umas 14:30 quando cheguei à barraca para comer algo e tirar um rápido cochilo. Às 16:00 eu já havia desmontado a barraca e arrumado tudo no bagageiro da bike. No camping do Léo boa parte dos demais campistas já haviam ido embora ou terminavam seus preparativos. Outros permaneceriam neste paraíso para o dia seguinte que, sendo Domingo, deveria ser de partida generalizada.
Juntei-me com a "namoradinha" ao grande êxodo de visitantes rumo à saída da praia; passei pelo quiosque para despedir-me da Helena. Ela ficaria pelo menos até Segunda-Feira ali! No limiar do acesso da praia olhei para trás, e me despedi do mar, desejando poder voltar ali em breve!
A subida de volta foi notoriamente mais difícil do que a vinda do outro lado da montanha, sendo esta mais íngreme e acidentada, com os trechos ruins em piores condições. Os jipes passavam por mim sacolejando violentamente sobre os buracos e rasgos no chão feitos por enxurradas, derrapando nos pedriscos soltos; os turistas a bordo riam, alguns apreensivos, outros me olhando incrédulos, seus olhares praticamente gritando "-é muita disposição e coragem". Várias vezes passaram por mim gritando incentivos ou elogiando a disposição! Não temi os jipes pois todos manobravam bem este caminho para eles trivial; a maioria sabe lidar bem com a presença de um cicloturista na trilha já difícil por si só; temi as caminhonetes de visitantes que, pouco ou nada familiarizados com o caminho, de vez em quando faziam certas barbeiragens, ora a ponto de capotar numa passagem errada de um buraco, ora a ponto de lançarem-se para fora da estrada, rumo aos abismos da montanha no meio da mata! Para a passagem destas eu parava e recuava totalmente rente à mata no lado emparedado pela montanha!
Preocupava-me o tempo... precisava terminar a trilha antes de escurecer! Levei quase duas horas para chegar ao mirante, onde parei para um lanche com muito carboidrato e para descansar. 




Depois, mais uns 20 minutos até finalmente chegar ao topo da estrada. A descida foi mais tranquila com a redução da quantidade de veículos; na metade da descida, os carros cessaram de aparecer e o relógio já passava das 19:00 em horário de verão quando finalmente alcancei a guarita de entrada da trilha de Castelhanos. O sol já se fora e o céu começava a escurecer quando reencontrei as ruas de pedra e depois asfalto...estava de volta à cidade! A volta de Castelhanos durou três horas e meia!
Passei num restaurante Subway, em uma padaria; na cidade os restaurantes, bares e quiosques, todos lotados, ferviam na noite de sábado. De vez em quando algum jipe ou carro conversível passava com música ruim e gente bonita ainda em trajes praieiros. Cheguei à casa do Taiguara já com noite fechada e reencontrei o casal de paulistas lá hospedados! Um banho quente reconfortante e um lanchinho na varanda, curtindo a brisa marinha que ia trazendo uma tempestade do sul. O casal saiu para jantar e em dez minutos as estrelas sumiram e deram lugar a uma chuva noturna com trovões e relâmpagos... o continente sumiu de vista! Os gatos aninharam-se dentro da casa e lavei as roupas de pedalar para a partida no dia seguinte, torcendo para que secagem o melhor o possível. A chuva cessou, estendi tudo no varal e deitei, cansado do dia de trilhas a pé, cachoeira, mar, subida e descida de montanha.
























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